terça-feira, 26 de julho de 2011

Linhas com cerol causam 100 acidentes por ano em Sorocaba

Portal da TV TEM http://www.temmais.com/, notícia publicada na última sexta-feira, 22/07/11, às 19h52.

De acordo com informações da Prefeitura, de cada quatro pessoas atingidas, uma morre

O período de férias escolares costuma ser preocupante para os motociclistas. É nessa época que muitas crianças e adolescentes aproveitam o tempo livre para soltar pipas. O problema é que a brincadeira já virou competição e não basta empinar a própria pipa - é preciso, também, derrubar as concorrentes. Para isso, muitos meninos utilizam linha com cerol, e esse material cortante causa acidentes.

Recentemente, na região de Sorocaba, o cerol fez duas vítimas. Uma delas levou 35 pontos após ser atingida por uma linha que estava estendida na rua. Na cidade, a lei que proíbe o uso da linha cortante está em vigor desde 2008. De acordo com informações da Prefeitura de Sorocaba, o cerol causa 100 acidentes por ano e, de cada quatro vítimas atingidas, uma morre em decorrência dos ferimentos causados pelo material.

A multa para os pais, quando os filhos forem flagrados utilizando o material, é de R$ 1.216,71.
Além das fiscalizações, a Guarda Civil Municipal também faz palestras de orientação em escolas. Os interessados podem solicitar a visita dos guardas pelo telefone (15) 3238-2536.

Motociclistas devem usar equipamentos para evitar acidentes com linhas de cerol

Portal da TV TEM www.temmais.com, notícia publicada nesta terça-feira, 26/07/11, às 19h52.

Julho é mês de férias e, consequentemente, época de soltar pipa. O problema é quando uma simples brincadeira vira uma ameaça, o que acontece com o uso do cerol. Os motociclistas costumam ser as principais vítimas das linhas cortantes. Por isso, a partir do mês que vem, eles terão de usar equipamentos obrigatórios para evitar os acidentes.

A vida dos mototaxistas e motofretistas é agitada. Eles enfrentam todos os dias os perigos de trabalhar sobre duas rodas, como, por exemplo, se enroscar em uma linha de pipa com cerol.

É tanta gente que anda de moto preocupada com o risco do cerol, que a procura por esta antena, conhecida como 'corta pipas', é grande em qualquer dia.

Outro equipamento que ajuda a se proteger é "mata cachorro", instalado perto do motor da moto. Tanto o "corta pipas" quanto o "mata cachorro" hoje são opcionais para os mototaxis e motofretes. Mas, a partir de agosto, estes e outros acessórios serão obrigatórios.

Para a polícia, estas medidas de segurança não são importantes apenas para mototaxistas e motofretistas, e sim para todos que utilizam a moto no dia a dia, seja a trabalho ou a passeio.

Quando a nova lei entrar em vigor, os motociclistas deverão usar ainda capacete com faixa refletiva. O mesmo vale para o garupa.

Secretaria de Segurança Comunitária faz balanço das apreensões de pipas com cerol

Respaldada pela Lei Municipal nº 8.471, de março de 2008, a operação da Secretaria de Segurança Comunitária (Sesco) para apreensão de pipas na cidade resultou entre os meses de junho e julho, até esta data (26/07), em autuações a 85 pais ou responsáveis por crianças e jovens que foram flagradas utilizando o material proibido.
A multa é no valor de R$ 1.216,71. Uma dessas apreensões, inclusive, surpreendeu os fiscais e guardas civis, pois um jovem utilizava uma linha preparada com pó de metal, mais perigosa que o próprio cerol – conhecida como linha chilena.
O flagrante se deu no final de junho num bairro da Zona Norte, onde foram apreendidas dezenas de pipas, mesmo antes do início das férias escolares. Conhecida como “linha chilena”, o material é uma grande ameaça e é feito a base de óxido de alumínio, com seus fragmentos sendo altamente cortantes.
Neste balanço, segundo a Sesco, foram retiradas da rua 160 pipas com linha cortante, 153 latas de cerol e 13 recipientes com cola e vidro moído. Vários estabelecimentos comerciais, principalmente papelarias, foram vistoriados no mesmo período, mas em nenhum deles foi constatada a venda de produtos destinados à produção do cerol. Foram percorridos 47 bairros.
A Sesco informa que dará continuidade à fiscalização de empinadores de pipa e que a Guarda Civil Municipal (GCM) continua aceitando convite de escolas para a realização de palestras da campanha “Soltar pipa com cerol não é brincadeira”. Os interessados devem agendar o evento junto ao departamento de comunicação da GCM, por intermédio do e-mail anrocha@sorocaba.sp.gov.br.
Os contatos também podem ser feitos pelo telefone (15) 3238.2536, ramal 1211. Nas palestras, guardas civis destacam os riscos pelo uso da linha cortante e mostram dados sobre o número de apreensões e autuações por causa das pipas com cerol.

Fonte: Secretaria de Comunicação

domingo, 24 de julho de 2011

Pipa e cerol: brincadeira que mata

Multas pesadas, campanhas de conscientização e o registro de duas mortes: nada é o bastante para extinguir o uso das linhas com cortante em Sorocaba. 
Rodrigo Rainho
Mesmo com dois registros de morte na cidade, com insistentes campanhas de conscientização e a aplicação de multas, as brincadeiras de pipa continuam intimamente ligadas ao uso do cerol em Sorocaba. Somente entre 27 de junho e 18 de julho a fiscalização da prefeitura apreendeu 132 pipas e 114 latas de linhas com cerol. Desde janeiro, 18 pessoas foram feridas. O BOM DIA foi à periferia e, conversando com as crianças e adolescentes, confirmou que as linhas mortais continuam fazendo parte do dia a dia dos adoradores de pipas.
No Jardim Betânia, pelo menos três adolescentes brincavam com pipas e linhas com cerol ao serem abordados pela reportagem. O garoto J.V.O. conta que aos sete anos teve contato com a primeira linha com cortante, apresentada por um amigo mais velho. Hoje com 12, mantém o ritual diário de soltar pipa, sempre com cerol. “A parte mais divertida é cortar a linha dos outros. Procuro soltar sempre em áreas com bastante espaço, até porque sei que posso levar um choque se a linha encostar em um fio de poste.”
Apesar de saber do risco que o cerol oferece às demais pessoas, o garoto parece ignorar o problema. “É só tomar cuidado. Quando a pipa começa a descer eu vou recolhendo a linha. Apesar dela cortar, não deixo chegar perto. Nunca aconteceu nada e nunca machuquei alguém fazendo isso.”
Outro garoto, de 13 anos, afirma que fabrica o próprio cerol. O aprendizado veio de família. “Foi um tio quem me ensinou a fazer. Antes eu achava para comprar em vendinhas, mas faz tempo que não vejo por aí e por causa disso tive de aprender como é que se faz”. O adolescente afirma que em nenhum momento é repreendido pelos pais, que conhecem o seu gosto pelas pipas e pelo cerol. “Meu pai é quem me arruma as latas para eu enrolar a linha.”
Marcelo Micos, 37, técnico de ótica e optometria, que também brincava com o filho Caíque no campo de futebol do Jardim Betânia, diz que orienta o menino a não usar o cortante na linha, mas admite que nem sempre o conselho funciona. “É coisa de rua. Não depende tanto da nossa educação. Os pais não têm culpa. Cabe aos garotos respeitar a lei.”
A Vila Angélica e o Jardim Botucatu são os bairros campeões de flagrantes de uso de cerol nesse ano. Desde o começo das férias, 14 adolescentes já foram flagrados.
Aplicação de multas já acumula quase R$ 80 mil
A Lei Municipal nº 8.471, de março de 2008, determina que quem for flagrado utilizando cerol está sujeito a multa no valor atual de R$ 1.216,71. Só nesse ano já foram aplicadas 65 multas, que totalizaram R$ 79 mil de prejuízo para os infratores maiores de idade e para pais de adolescentes que usam cerol,
Além disso a legislação prevê que menores que estejam portando cerol sejam encaminhados à Vara da Infância e da Juventude. O não pagamento da multa ou reincidência podem resultar no encaminhamento do adolescente à Fundação Casa , onde estão internados menores autores de delitos que vão do vandalismo ao homicídios.
A Secretaria de Segurança Comunitária de Sorocaba iniciou em junho a campanha “Soltar pipa com cerol não é brincadeira” focando a conscientização no período de férias, quando aumentam os incidentes com cortante.
“A meta é acabar com o cerol, com o respaldo da lei”, diz Roberto Montgomery Soares, secretário de Segurança Comunitária de Sorocaba. “A secretaria vai fiscalizar, ainda mais, em dezembro e janeiro, outro período crítico.”
O marceneiro Valdir (que pediu para não ter o sobrenome divulgado), pai de um jovem de 12 anos que foi flagrado usando cerol, acha o valor da multa muito pesado, mas crê que a medida seja necessária. “Botei de castigo, fiz pensar. Acredito que, infelizmente, com criança só se educa assim.”
Pais de jovem morta tentam conscientizar
Solidária e bondosa. Essas são as características mais lembradas pelos pais de Évelin de Araújo Sales, que aos 23 nos foi morta por uma linha com cerol na Rodovia Raposo Tavares. O acidente ocorreu em 9 de julho de 2008. Protagonizando uma campanha contra o cerol recém-lançada pela prefeitura, o casal quer que a tragédia familiar seja uma forma de mexer com aqueles que ainda usam o cortante.
Eva Maria e Benedito Sales acreditam que a conscientização é a melhor arma contra o cerol. “Se pais e autoridades agirem juntos, podemos mudar a cabeça das pessoas. Se não achássemos isso, nem faríamos a campanha”, diz Eva. Apesar de conformada por “Deus ter levado  a filha”, Eva ainda lamenta o acidente que vitimou a garota, que sonhava em casar-se e formar-se em veterinária. Para Benedito, o tempo não apaga a tristeza. “Parece que tudo aconteceu ontem.”
No dia do acidente Évelin saiu do trabalho mais cedo para aproveitar o feriado com a família. No km 97 da rodovia Raposo Tavares ela não percebeu a presença de uma linha cortante enroscada na passarela de pedestres. Atingida no pescoço, ela foi degolada.
Apesar da morte de Évelin ilustrar a campanha, ela não foi a primeira a ser registrada em Sorocaba. Em 2002, em frente à fábrica Drury’s, uma linha matou o empresário Rogério Rangel de Lima, 35.
Notícia publicada na edição de 24/07/2011 do Jornal Bom Dia Sorocaba, nas páginas 1 a 3.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Guarda Civil agenda palestras sobre pipas com cerol

A Guarda Civil Municipal (GCM) tem recebido solicitações de escolas da cidade para a realização de palestras da campanha “Soltar pipa com cerol não é brincadeira”. Entre os meses de junho e início de julho, no período de férias escolares, foram visitadas dez escolas públicas, com o tema da palestra sendo divulgado para cerca de três mil estudantes.

Diante do interesse de dirigentes e professores das redes públicas e privada, a Secretaria de Segurança Comunitária (Sesco) está solicitando que sejam feitos agendamentos junto ao departamento de comunicação da GCM, por intermédio do e-mail anrocha@sorocaba.sp.gov.br.

Os contatos também podem ser feitos pelo telefone (15) 3238.2536, ramal 1211. Nas palestras, guardas civis destacam os riscos pelo uso da linha cortante e mostram dados sobre o número de apreensões e autuações por causa das pipas com cerol.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Um apelo emocionado

A comunidade sorocabana está empenhada em uma luta sem precedentes contra o uso de linhas cortantes, conhecidas popularmente como cerol, por crianças e adolescentes que soltam pipas pelos bairros da cidade. Campanhas nos meios de comunicação, fiscalização constante nas ruas, apreensão de materiais, multas pesadíssimas para os pais e responsáveis pelos jovens integram uma cadeia de iniciativas que podem diminuir a incidência dessa prática, se não pela força do convencimento, ao menos pela redução das oportunidades e dos meios ao alcance desse público.

Essa, no entanto, é uma tarefa muito importante para ficar restrita apenas ao âmbito do poder público e da imprensa. No esforço para erradicar esse hábito perigoso, toda a comunidade deve assumir sua cota de responsabilidade e, dentro do que for possível a cada um, orientar e vigiar. A periferia de Sorocaba é imensa e, mesmo que houvesse milhares de fiscais, seria impossível coibir o uso de linha cortante apenas pela via repressiva. Assim como outros problemas recorrentes, o cerol pode dar origem a um jogo de gato e rato entre os jovens e a fiscalização.

O contexto informativo em que as multas e apreensões se processam é até mais importante. E, quanto a isso, deve-se registrar que a campanha publicitária assinada pela Secretaria de Segurança Comunitária da Prefeitura de Sorocaba é irretocável. Numa das peças, publicada na edição de 16/7 deste jornal (pág. A8), os pais da jovem Évelin Aparecida de Araújo Sales, Benedito e Eva, lembram o acidente que tirou a vida da filha, ao passar de moto por uma linha com cerol estendida sobre a Rodovia Raposo Tavares, em julho de 2008.

O apelo destes pais aos outros pais, para que proíbam o uso de cerol pelos filhos, convence mais do que muitos argumentos. Évelin tinha 23 anos quando sofreu o acidente. Podia ser a irmã, a tia, a filha de qualquer um. Era uma moça esforçada, que trabalhava há um ano e meio como auxiliar de produção em uma indústria de Brigadeiro Tobias. Seu falecimento provocou inconformismo na cidade, pela maneira brutal como o instrumento da tragédia, uma linha caída sobre a rodovia, estendeu-se sobre seu caminho e interrompeu sua vida, irremediavelmente.

Embora seja doloroso para a família, relembrar casos trágicos como esse é importante. Antes de Évelin, segundo recordou este jornal no dia seguinte ao acidente, duas outras ocorrências fatais envolvendo motociclistas tinham sido registradas na cidade, em 1997 e 2002. Em todas elas, as pessoas feridas morreram em poucos minutos, sem que houvesse tempo de socorrê-las. Foi no clima de emoção causado pela morte de Évelin que a lei nº 8.471, proibindo o uso do cerol e fixando multas a quem utilizá-lo (ou aos responsáveis), foi regulamentada.

A simples lembrança desses casos deveria ser suficiente para inspirar, aos pais, mais cuidado quanto às brincadeiras dos filhos, que, além de arriscar a vida de terceiros, também se expõem ao perigo quando escolhem empinar pipas nas ruas, em vez de campos de futebol, parques e outros lugares seguros. A interação das linhas das pipas com a fiação elétrica da cidade é tão frequente que, segundo a concessionária de energia elétrica, até 20% dos cortes de energia são causados por pipas. Em certas circunstâncias, a criança corre risco de ser eletrocutada.

Um problema de tais proporções não pode ficar exclusivamente nas mãos da Prefeitura ou da Guarda Civil Municipal, nem do Conselho Tutelar ou de qualquer outra instituição ou autoridade. Por mais que a fiscalização e o número de multas aplicadas possa sugerir que a situação está sob controle, a segurança verdadeira só virá quando toda a população assumir o compromisso de vigiar e prevenir situações de risco. A responsabilidade é de todos.

Notícia publicada na edição de 20/07/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 3 do caderno A.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Cerol não é brinquedo. É crime!

"A Évelin era uma moça bonita e cheia de vida, de apenas 23 anos.
Ela voltava do trabalho em sua moto quando a tragédia aconteceu. Os sonhos dela foram interrompidos ali!
Ela jamais iria imaginar que aquela linha estivesse atravessando a rodovia, bem na altura do seu pescoço.
O responsável pela linha com o cerol que matou nossa filha talvez não saiba o crime que cometeu e o vazio que deixou para sempre em nossa família.
Então o nosso apelo é para que todos os pais orientem seus filhos sobre esse perigo e proíbam o uso de cerol. Ajudem suas crianças a entenderem que podem cortar muito mais do que outra pipa."

Benedito e Eva de Araujo Sales

Évelin Aparecida de Araujo Sales foi vitima de uma linha com cerol em 09 de julho de 2008, na Rodovia Raposo Tavares, Km 97, altura do Bairro dos Morros.